quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Casa de Umbanda Pai José de Aruanda saúda as crianças.


Estamos  imensamente  felizes  pois a tradição da nossa casa mesmo com a ausência do nosso saudoso  pai,  continua. Aconteceu no dia 27  do  09  a entrega de  doces e guloseimas onde no momento cantamos e saudamos Cosme e Damião.

domingo, 25 de setembro de 2011

MESTRE ZÉ PELINTRA

SALVE O MALANDRO E A RAPASEADA 25 /09/2011
Zé Pelintra

Sou guia,sou corrente,egrégora e proteção.Sou chapéu,sou terno,gravata e anel.Sou sertão,sertanejo,carioca,paulista,alagoano e Brasileiro.Sou Mestre,Malandro,Baiano,Catimbozeiro,Exu e Povo de Rua.Sou faca,facão e navalha.Sou armada,cabeçada e rasteira.Sou Lua cheia,sou noite clara,sou céu aberto.
Sou o suspiro dos oprimidos,sou a fé dos abandonados.Sou o pano que cobre o mendigo,sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela.
Sou Umbanda,Catimbó e Candomblé.Sou porta aberta e jogo fechado.Sou Angola e sou Regional.
Sou cachimbo,sou piteira,cigarro de palha e fumo de corda.Sou charuto,sou tabaco,sou fumo de ponta,sou brasa nos corações dos esquecidos.
Sou jogo de rua,sou baralho,sou dado e dominó.Sou cachetinha,sou palitinho,sou aposta rápida.Sou truco,sou buraco e carteado.
Sou proteção ao desamparado,sou o corte da demanda e a cura da doença.
Sou a porta do terreiro,sou gira aberta e gira cantada.
Sou ladainha,sou hino,sou ponto,sou samba e dou bamba.
Sou reza forte,sou benzimento,sou passe e transporte.
Sou gingado,sou bailado,sou lenço,sou cravo vermelho e sou rosas brancas.
Sou roda,sou jogo,sou fogo.Sou descarrego,sou pólvora,sou cachaça e sou Jurema.
Sou lágrima,sou sorriso,sou alegria e esperança.
Sou amigo,parceiro e companheiro.
Sou Magia,sou Feitiço,sou Kimbanda e sou demanda.
Sou irmão,sou filho,sou pai,amante e marido.Sou Maria Navalha,Sou Zé Pretinho,sou Tijuco Preto e sou Camisa Preta.
Sou sobrevivência,sou flexibilidade,sou jeito,oportunidade e sabedoria.
Sou escola,sou estudo,sou pesquisa e poesia.
Sou o desconhecido,sou o homem de história duvidosa,mas sou a história de muitos homens.
Sou a vida a ser vivida,sou palma a ser batida,sou o verdadeiro jogo da vida:

Eu Sou Zé Pelintra!

MESTRE ZÉ PELINTRA

SALVE O MALANDRO E A RAPASEADA 25 /09/2011
Zé Pelintra

Sou guia,sou corrente,egrégora e proteção.Sou chapéu,sou terno,gravata e anel.Sou sertão,sertanejo,carioca,paulista,alagoano e Brasileiro.Sou Mestre,Malandro,Baiano,Catimbozeiro,Exu e Povo de Rua.Sou faca,facão e navalha.Sou armada,cabeçada e rasteira.Sou Lua cheia,sou noite clara,sou céu aberto.
Sou o suspiro dos oprimidos,sou a fé dos abandonados.Sou o pano que cobre o mendigo,sou o mulato que sobe o morro e o Doutor que desce a favela.
Sou Umbanda,Catimbó e Candomblé.Sou porta aberta e jogo fechado.Sou Angola e sou Regional.
Sou cachimbo,sou piteira,cigarro de palha e fumo de corda.Sou charuto,sou tabaco,sou fumo de ponta,sou brasa nos corações dos esquecidos.
Sou jogo de rua,sou baralho,sou dado e dominó.Sou cachetinha,sou palitinho,sou aposta rápida.Sou truco,sou buraco e carteado.
Sou proteção ao desamparado,sou o corte da demanda e a cura da doença.
Sou a porta do terreiro,sou gira aberta e gira cantada.
Sou ladainha,sou hino,sou ponto,sou samba e dou bamba.
Sou reza forte,sou benzimento,sou passe e transporte.
Sou gingado,sou bailado,sou lenço,sou cravo vermelho e sou rosas brancas.
Sou roda,sou jogo,sou fogo.Sou descarrego,sou pólvora,sou cachaça e sou Jurema.
Sou lágrima,sou sorriso,sou alegria e esperança.
Sou amigo,parceiro e companheiro.
Sou Magia,sou Feitiço,sou Kimbanda e sou demanda.
Sou irmão,sou filho,sou pai,amante e marido.Sou Maria Navalha,Sou Zé Pretinho,sou Tijuco Preto e sou Camisa Preta.
Sou sobrevivência,sou flexibilidade,sou jeito,oportunidade e sabedoria.
Sou escola,sou estudo,sou pesquisa e poesia.
Sou o desconhecido,sou o homem de história duvidosa,mas sou a história de muitos homens.
Sou a vida a ser vivida,sou palma a ser batida,sou o verdadeiro jogo da vida:

Eu Sou Zé Pelintra!

domingo, 18 de setembro de 2011

PRECE

PRECE DE CURA E PROTEÇÃO

DEUS PAI
Todo Poderoso, criador do Céu e da Terra,
que deu a Vosso Filho, JESUS CRISTO, um poder infinito sobre todas as forças que existem no Universo e na Terra,
perdoai todos os nossos erros e pecados,
livrai-nos de nossos sofrimentos e tentações, angústias, desânimos e desesperos e tirai a confusão de nossas cabeças.
Pedimos também para afastar de nossa casa, da casa dos parentes e vizinhos, toda a inveja e falsidade e preservá-las de incêndios, arrombamentos e roubos.
Em Vossa Infinita bondade,
permiti que o nosso Anjo da guarda vigie durante a noite para que tenhamos um sono tranqüilo e reparador.
PAI Nosso... Ave Maria... Glória ao Pai... Boníssimo DEUS,
nós Vos pedimos que impeçais toda a ação diabólica do espírito malígno, contra as nossas famílias.
Extirpai para longe de nós, o medo, as heresias, as drogas, a loucura, os espíritos de blasfêmia.
Livrai o nosso Brasil do flagelo da inflação, conseqüência terrível dos nossos pecados.
Em Vossa Infinita bondade e misericórdia, pela Vossa palavra podeis curar as enfermidades;
pelo Vosso Poder, dai saúde às pessoas que Vos recomendamos (dizer o nome...).
Tende compaixão delas, restituí-lhes a saúde, a coragem, a tranqüilidade e o gosto de viver, para que possamos dar-Vos graças com a alma transbordante de paz e alegria.
Por JESUS CRISTO, no amor do ESPÍRITO SANTO.
Amém.

ALHANDRA

ALHANDRA, a Cidade Sagrada
A cidade sagrada da Jurema é ALHANDRA na Paraíba, entre João Pessoa e Recife. Este é o MARCO ZERO da Jurema no Brasil e também, centro de romarias de milhares de pessoas anualmente. Dentro de Alhandra estão outras três outras cidades sagradas conhecidas por Acais, Tapuiú e Estiva. Lá também estão os túmulos de vários mestres famosos no Brasil inteiro. Maria do Acais, Damiana Guimarães e Zezinho do Acais, fizeram a fama desta cidade que contém a Jurema de Cangaruçu por todos respeitada neste Brasil. Nenhum mestre da Jurema deve o pode ser tratado como se fosse um Egun ou Exu!

ALGO SOBRE O POVO DO ENCANTO

Os Encantados
Os encantados são as energias mais misteriosas e difíceis de serem definidas. São inicialmente divididas em grupos, a saber: Espíritos que viveram há mais de 100 anos (e até três mil anos), espíritos que não viveram e são etéreos e manifestam-se por holografia ou incorporação, espíritos que viveram com corpo físico e manifestam-se visualmente ou mediante contato com a dimensão paralela (quadrimensional quântica) e, finalmente os anjos das 3 categorias, “penosos”, discordantes e rebeldes, que se manifestam de todas as formas possíveis.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Encantaria e Jurema em Alhandra
Cantigas de Encantaria


Encantaria e Jurema

A Encantaria
A Encantaria é o resultado da fusão de todos os rituais existentes no Brasil antes da chegada do homem branco com sua cultura católica fetichista, mais a contribuição africana durante 350 anos. Tendo por tronco básico a ritualística indígena serviu de esteio e receptáculo para as demais tradições importadas. Na Encantaria poderemos facilmente encontrar traços, fragmentos e até grandes remanescências das influências ciganas, africanas, católicas, judaicas, árabes, celtas, gregas, romanas e, principalmente indígena.. Mas o grande sustentáculo da encantaria, é a cultura indígena Tupi-Guarani com sua ritualística maravilhosa, voltada para a flora e fauna com ritmos extasiantes e mágicos. Como “pangelança” no norte, “terecô” no Maranhão, “catimbó” no nordeste, “quimbanda” na Bahia, “macumba” no Rio de Janeiro e São Paulo e, “batuque” no Rio Grande do Sul, a Encantaria está espalhada por todo o Brasil sob diversas formas nomes e rituais.
A Encantaria não tem um ritual iniciático e doutrina específica. Cada casa ou “terreiro” segue sua própria doutrina, estabelecendo suas regras e forma de prática do ritual. Via de regra não estabelece raízes ou tradições sucessórias, a não ser que as tenha.

Os Encantados
Os encantados são as energias mais misteriosas e difíceis de serem definidas. São inicialmente divididas em grupos, a saber: Espíritos que viveram há mais de 100 anos (e até três mil anos), espíritos que não viveram e são etéreos e manifestam-se por holografia ou incorporação, espíritos que viveram com corpo físico e manifestam-se visualmente ou mediante contato com a dimensão paralela (quadrimensional quântica) e, finalmente os anjos das 3 categorias, “penosos”, discordantes e rebeldes, que se manifestam de todas as formas possíveis.

Boiadeiros
No rol dos encantados estão todos que não são Orixás, todos que não são Voduns e todos que já são resultado da miscigenação entre Voduns e Orixás (ambos africanos), e os espíritos da terra, aqueles que já estavam aqui quando o homem branco e o negro chegaram. Vulgarmente são chamados de Caboclos em algumas regiões ou Encantados e mestres outras regiões.Um dos grupos mais presentes e pouco conhecido, é o de Boiadeiro, “O Senhor do Portal do Tempo e das Dimensões”. Atendem por nomes como Navizala, Divizala, Itamaracá, Lua Nova, Campineiro, Gibão de Couro e muitos outros codinomes que escondem sua verdadeira origem e missão.
Por serem “fechados” em suas falas pouco se aprendeu sobre este grupo de encantados até hoje. Mas podemos afirmar que trata-se de uma “falange” poderosíssima, com altos conhecimentos místicos, astronômicos e litúrgicos. São capazes de promover fenômenos indescritíveis se invocados da forma corretas com os “apetrechos” certos.
Durante anos as Casas de Candomblé de Angola (Endembo, Mushi-Congo, Tumba Junçara) e Xambá, costumavam após o término do ‘Shirê” Ti Inkisse (roda de santo de Angola), fazer um toque de louvação à Boiadeiro, toque este que rompia a madrugada com o dia clareando e muita Jenipapina. Isto sem se falar nas cantigas conhecidas por “sutaque” que vêm do fundo da alma e são feitas de improviso.

Jurema
Considerada a mais popular e poderosa ritualística de Encantaria brasileira o ritual da Jurema (hoje bastante miscigenada devido aos fatores já explicados), é no nordeste, tão popular quanto o frevo e o samba no Rio de Janeiro.
Jurema (Acacia Nigra), é a árvore sagrada dos indígenas brasileiros há milênios. Nela concentram-se todos os valores fitoterápicos e místicos de um ritual que de uma certa forma, influenciou todos os demais no Brasil inteiro. Dezenas de encantados e mestres espirituais do ritual da Jurema povoam as “Casas de Nação” (candomblés) os quais não podem negar-lhes “espaço”. A Jurema por ser um ritual totalmente brasileiro é o único que se equipara aos seus congêneres africanos por ter sua própria Raiz e Origem. A raiz, é a árvore com suas folhas, casca a raízes – A origem é Monan, deus supremo dos Tupis,Caetés, Tabajaras, Potiguás, Tapuias, Pataxós e outras nações indígenas. Seus protetores eram (até a chegada do branco), Tupan, Yara, Caapora, Curupira, Boiúna, Mo Boiátatá, Jaguá, Rudá, Carcará e outros mais. Eram de tribos diferentes, mas cultuavam os mesmos deuses aos pés da mesma árvore: JUREMA.
Com a miscigenação entre os indígenas e o branco e entre indígenas e o negro miscigenaram-se também, suas culturas, seus arquétipos, seus usos e costumes. Com o aparecimento “caboclo” (mestiço), apareceram também os encantados resultados desta mestiçagem. O ritual da Jurema, vulgarmente chamado de “Catimbó”, devido ao uso de cachimbos durante a prática, é cercado de preparos e cuidados especiais respeitanto-se prioritariamente a ancestralidade de cada um ou da própria raiz em torno da qual realiza-se a prática. Esta por sua vez, obedece à vínculos locatícios chamados de “cidades da jurema”, cada uma com seu nome. O ritual tanto pode ser feito sobre uma mesa com pode ser feito no chão. As forma são distintas, com objetivos as vezes diferentes.
Os ingredientes e apetrechos usados nos rituais de Jurema são os seguintes:
Cachimbos confeccionados à mão de diferentes troncos de árvores Fumos feitos com folhas de tabaco misturadas com folhas de diferentes árvores (dependendo da intenção do “trabalho”) Maracá (chocalho indígena) para invocar os mestres encantados Pequenos troncos de Jurema sobre os quais acende-se velas (dependendo do número de “Cidades” as quais serão invocadas – (preferencialmente 4 cidades) Sineta de metal nobre para invocação dos Mestres - (no passado era com caxixi) 2 ou mais copos altos e largos com água Toalha vermelha ou branca se for na mesa e vermelha se for no chão.

ALHANDRA, a Cidade Sagrada
A cidade sagrada da Jurema é ALHANDRA na Paraíba, entre João Pessoa e Recife. Este é o MARCO ZERO da Jurema no Brasil e também, centro de romarias de milhares de pessoas anualmente. Dentro de Alhandra estão outras três outras cidades sagradas conhecidas por Acais, Tapuiú e Estiva. Lá também estão os túmulos de vários mestres famosos no Brasil inteiro. Maria do Acais, Damiana Guimarães e Zezinho do Acais, fizeram a fama desta cidade que contém a Jurema de Cangaruçu por todos respeitada neste Brasil. Nenhum mestre da Jurema deve o pode ser tratado como se fosse um Egun ou Exu!

domingo, 4 de setembro de 2011

Como Nasceu a Umbanda?







Em fins de 1908, uma família tradicional de Neves, Rio de Janeiro, foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: o jovem Zélio Fernandino de Morais, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelar de forma alguma, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "Amanhã estarei curado".



No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada, antes, lhe tivesse tolhido os movimentos.


Contava apenas 17 anos e destinava-se à carreira militar da Marinha.


A medicina não soube explicar o que tinha ocorrido.


Os tios, que eram padres católicos, foram colhidos de surpresa e nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência.


Um amigo da família sugeriu, então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por José de Souza, na época.


No dia 15 de novembro de 1908, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão, e o dirigente dos trabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.


Tomado por uma força estranha e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor", e retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa.


Essa atitude insólita causou quase um tumulto.


Restabelecida a corrente, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos e de índios ou caboclos, em diversos médiuns.


Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos, advertidos do seu estado de atraso espiritual.


Foi então que o jovem Zélio foi novamente dominado por uma força estranha, que fez com que ele falasse sem saber o que dizia. (De acordo com o depoimento do próprio Zélio à revista Seleções de Umbanda, em 1975).


Zélio ouvia apenas a própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos e por que eram considerados atrasados - se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na ultima encarnação.


Seguiu-se um diálogo acalorado e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio e desenvolvia uma argumentação segura.


Um dos médiuns videntes perguntou, afinal: "Por que o irmão fala nesses termos pretendendo que essa mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?" Respondeu Zélio, ainda tomado pela força misteriosa: "Se julgam atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa desse aparelho (o médium Zélio) para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados ou desencarnados.


E, se quiserem saber o meu nome , que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim." "Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?", perguntou com ironia o médium vidente; ao que o Caboclo das Sete Encruzilhadas respondeu: "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".


Zélio de Morais contou que no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte: "Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia o que se passava comigo.


Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta da mesa onde se praticava um trabalho para mim desconhecido.


Como poderia, aos 17 anos, organizar um culto? No entanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e porque dizia.


Era uma sensação estranha, uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento".


"E no dia seguinte, em casa de minha família, na rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada - 20 horas - já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos".


Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas.


Declarou que se iniciava, naquele momento, um novo culto em que os espíritos de velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos de nossa terra poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.


A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica desse culto, que teria por base o Evangelho de Cristo e, como mestre supremo, Jesus.


Deu, também, o nome desse movimento que se iniciava; disse primeiro allabanda (ou um dos presentes assim anotou), mas, considerando que não soava bem a sua vibratória, substituiu-o por aumbanda, ou seja, umbanda, palavra de origem sânscrita, que se pode traduzir por "Deus ao nosso lado" ou "o lado de Deus". 
Muito provavelmente ficou o nome umbanda, e não aumbanda, porque alguém anotou a palavra separadamente (a umbanda). 


     
Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.
em 15 de novembro de 2008 o Centenário da Umbanda foi comemorado por todo o Brasil