terça-feira, 26 de julho de 2011

1 Ano de Muitas Saudades de um Grande Homem o Baba José Jaime Rolim


Saudades do Mestre
Que as bênçãos divinas recaiam sempre sobre a luz que emana do astral sirva de guia nesta nossa caminhada. Quando passares pelas escolas e hospitais doutrinários que fores conscientizado com certeza voltarás a se comunicar conosco.
Está fazendo um ano que o senhor passou, a saudade é a mesma só que a compreensão é outra, nunca deixaremos de sentir sua falta, das conversas, suas risadas no sábado a tarde na calçada da alegria,seus conselhos sábios ,suas poesias,ate mesmo dos puxões de orelhas quando não dávamos atenção as suas falas.
Pedimos aos anjos e arcanjos, espíritos doutrinadores que o encaminhem para um plano superior e que o aprendizado o traga de volta para nós, que esta lacuna seja finalmente preenchida com seus ensinamentos.
Tenha certeza que o senhor fez a diferença na vida de cada um de nós: Sua esposa,seus filhos,seus familiares,seus amigos de trabalho seus filhos de Santo.
DESCANSE EM PAZ AMADO PAI!
Com todo nosso carinho dos que fazem a casa PAI JOSÉ DE ARUANDA

quarta-feira, 6 de julho de 2011

DEUS E RELIGIÃO

DEUS E RELIGIÃO


Ele não pode ser percebido no mundo objetivo externo;
Ele está no coração de cada ser.

Pedras preciosas devem ser procuradas
nas profundezas do solo;
elas não flutuam em pleno ar.
Procure Deus nas profundezas de si mesmo,
e não na tentadora e caleidoscópica Natureza.

O corpo é concedido a você para este elevado propósito;
mas, você está atualmente fazendo um uso impróprio dele,
como a pessoa que cozinhava sua comida diária
na vasilha de ouro cravejada de jóias
que chegou a suas mãos como relíquia de família.

O homem exalta Deus como onipresente,
onisciente e onipotente,
mas, ele ignora Sua Presença nele mesmo!
É claro, muitos se aventuram a descrever os atributos de Deus
e O proclamam como sendo assim e assado;
mas, esses atributos são somente suas próprias suposições
e os reflexos de suas predileções e preferências.

Quem pode afirmar que Deus é isso ou aquilo?
Quem pode afirmar que Deus não é tal forma
ou possuidor de tal atributo?

Cada um pode adquirir da vasta extensão do oceano somente
o quanto pode ser contido no vasilhame que levar até a praia.
A partir dessa quantidade, pode-se conhecer um pouquinho daquela imensidão.

Cada religião define Deus dentro dos limites que demarca
e então alega conhecê-Lo todo.
Como os sete cegos que falavam do elefante como um pilar,
um abanador, uma corda ou um muro,
porque eles entravam em contato com apenas uma parte
e não podiam compreender o animal inteiro, similarmente,
as religiões falam de uma parte
e afirmam que essa visão é completa e total.

Só há uma religião, a Religião do Amor
Cada religião esquece que Deus é
todas as Formas e todos os Nomes,
todos os atributos e asserções.
A religião da Humanidade é a soma e a substância
de todas essas fés parciais;
portanto, existe somente uma Religião
e essa é a Religião do Amor.

Os vários órgãos do elefante que,
para os buscadores sem visão da sua verdade,
pareceram separados e distintos,
foram todos fomentados e ativados
por uma única corrente sanguínea;
as várias religiões e fés
que se sentem separadas e distintas
são todas fomentadas
por uma única corrente de amor.

sábado, 18 de junho de 2011

Ancestralidade

Ancestralidade


Ouça no vento O soluço do arbusto:
É o sopro dos antepassados.

Nossos mortos não partiram.
Estão na densa sombra.


Os mortos não estão sobre a terra.
Estão na árvore que se agita,
Na madeira que geme,

Estão na água que flui,
Na água que dorme,
Estão na cabana, na multidão;



Os mortos não morreram...
Nossos mortos não partiram:
Estão no ventre da mulher
No vagido do bebê
E no tronco que queima.

Os mortos não estão sobre a terra:
Estão no fogo que se apaga,
Nas plantas que choram,
Na rocha que geme,
Estão na casa.



Nossos mortos não morreram :



E POR ISSO QUE SEM PASSADO, NÃO TEMOS FUTURO E SEM ASESE
NÃO TEMOS CONTINUIDADE...............

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ENCANTARIA DE LUTO

ENCANTARIA DO MARANHÃO ESTÁ DE LUTO!!
Postado por Rodolfo Abreu em 6 maio 2011 às 10:32
Exibir blog de Rodolfo Abreu
É com imenso pesar que comunico a todos os irmãos que nesta madrugada partiu para o orun o vodunsi NILO SÉRGIO,mais conhecido como Nilo de Mariana. Nilo Sergio foi iniciado ainda criança pela renomada mãe de santo Joana do Cutim.Ele que foi um dos mais ilustres filhos da desbravadora do tambor de mina de encantaria, CABOCLA MARIANA FERRABRAZ DE ALEXANDRIA,dileta filha do Rei da Turquia que Chefia a mais respeitada família de encantados, rei mouro que teria lutado contra os cristãos. Vindos de terras distantes, chegaram através do mar e têm origem nobre.Nilo Sergio era de Nochê Navê e Toy Averequete. Ki Olorum ko si purê!

ALGO SOBRE A ENCANTARIA.............

LUGARES SAGRADOS E ENCANTARIAS MARANHENSE[1].

Mundicarmo Ferretti[2]

As pessoas sempre se apegam aos lugares onde nasceram e viveram e, quando precisam se afastar deles, costumam retratá-los de forma fantasiosa, como se fossem os melhores lugares do mundo. Na terra natal estão geralmente os seus parentes mortos, os lugares onde ocorreram milagres que foram contados por seus antepassados (aparição da imagem ou de um santo), locais de culto a “almas milagrosas” ou “almas benditas” (de pessoas que viveram ali, a quem se recorre em momentos de aflição) e se encontram pedras, árvores, lagos, ilhas etc. que atestam a veracidade de seus mitos. As pessoas, mesmo quando saem de sua terra natal, costumam voltar a ela periodicamente para rever parentes, amigos e para visitar àqueles lugares sagrados, como ocorre freqüentemente no Brasil em torno do dia dois de novembro, data consagrada aos mortos. A fama de alguns daqueles lugares sagrados às vezes extrapola as fronteiras locais, estaduais, nacionais e, até mesmo, continentais. É por essa razão que tantos vão a Meca, a Jerusalém, a Lourdes e, no Brasil, a Aparecida (SP), Juazeiro (CE), São José de Ribamar (MA).
A transferência de populações de um território há muito tempo ocupado, costuma acarretar a elas não apenas perdas econômicas e materiais e desarticular suas organizações sociais. Pode abalar profundamente suas identidades, causar perdas de tradições culturais e criar para elas vários problemas religiosos. Murilo Santos, no vídeo Terra de quilombo – uma dívida histórica (2004), dá exemplo de um desses problemas, ocorrido com as comunidades negras remanescentes de quilombos de Alcântara, no Maranhão, transferidas da área hoje ocupada pela base espacial para agrovilas construídas para elas. Como aquela população poderia levar para o seu novo local (as agrovilas) o cemitério onde estão os restos mortais de seus antepassados e transportar para lá encantarias tão preciosas para ela? Será que na nova localidade a população removida poderia sentir a proteção espiritual que sentia no seu local de origem? Até que ponto a população transferida admite que os seres espirituais ligados às localidades que ela foi obrigada a deixar irão proteger os seus novos ocupantes (o pessoal da base)? Será que para aquela população os encantados vão se transformar em “assombrações” e passar a perturbar os que chegaram ali sem ter ligação com eles e sem a obtenção de sua licença?

Santuários e encantarias maranhenses.
Quando se fala em lugares sagrados do Maranhão pensa-se logo na cidade de São José do Ribamar, que atrai todos os anos, no mês de setembro, grande número de devotos daquele santo e onde são encontrados na praia muitos barquinhos trazendo bilhetes, retratos e ex-votos de pessoas que receberam milagres dele. A cidade de Ribamar é cheia de mistérios. Conta-se que a igreja construída para São José caiu várias vezes e só ficou em pé quando foi edificada na posição desejada por ele... Mas existem no estado outros lugares de atração religiosa. Em Vagem-Grande, realiza-se uma grande romaria de devotos de São Raimundo e de Raimundo Nonato - vaqueiro santificado pelo povo que viveu e morreu tragicamente no povoado de Mulundus -, daí porque a romaria é participada por grande número de vaqueiros da região. Em Rosário, durante muitos anos, o Sr. José de Paula promoveu uma grande festa em pagamento de promessa a uma “alma milagrosa” - de pessoa que morreu ali numa epidemia de peste. A festa daquela alma milagrosa terminava com um Tambor de Crioula dançado por grupos locais, da capital e de municípios vizinhos, que se revezavam durante a noite toda. E, em Codó, na estrada que vai para Santo Antônio dos Pretos, existe o santuário de Pardinha (garoto pobre e deficiente que morreu atropelado), onde muitos depositam ex-votos e garrafas d´água, em pagamento de promessa.
Mas os lugares sagrados do Maranhão não são apenas aqueles onde apareceram imagens de santos ou onde desencarnou uma alma milagrosa. Várias localidades são conhecidas como morada de encantados - seres mitológicos que, vez por outra, aparecem a alguém em sonho ou em vigília e que baixam nos terreiros de mina, terecô, umbanda e nos salões de curadores e pajés. Esses encantados, recebidos em transe ritual, são também invocados pela população em momentos de aflição. Entre os encantados que comandam o Maranhão, citado no livro do pai-de-santo Jorge Itaci (OLIVEIRA, 1989) podem ser citados:
1) Dom Luís, que comanda a ilha de São Luís e tem sua corte encantada na Baia de São Marco e domina de Ponta d´Areia até a Ilha do Medo;
2) Rei Sebastião cuja encantaria fica na Praia dos Lençóis e que domina do Boqueirão ao Itaqui;
3) Dom José Floriano, que domina o Boqueirão e a “cerca” de Alcântara[3];
4) Rei da Bandeira (João da Mata ou Rei da Boa Esperança), Princesa Doralice, encantados na pedra de Itacolomi;
5) Dom João Soeira (Rei de Minas ou Rei do Juncal), que domina a praia do Calhau;
6) Dom Pedro Angassu, que comanda as matas do Codó.
Nas letras de musicas cantadas nos terreiros maranhenses existem muitas referências a eles e às sua encantarias e também a outros encantados e encantarias do Maranhão. Se pegarmos um mapa do estado e direcionarmos o nosso olhar para a região litorânea que vai da ilha de São Luís em direção ao Pará encontramos várias das localidades referidas nas letras daquelas músicas como locais de encantarias. Na ilha de São Luís: as praias do Itaqui, de Olho d´Água, Ponta d´Areia, São José de Ribamar, apresentadas naquelas musicas como moradas da Princesa Ína, da Rã Preta, da Menina da Ponta d´Areia e de outros encantados. Depois da ilha de São Luís, no meio do mar: o tão temido Boqueirão, onde têm ocorrido muitos naufrágios e onde se acredita que muitos se encantaram, e a pedra de Itacolomi, que pertence a João da Mata, o Rei da Bandeira. São também conhecidos como lugares de encantarias: a Praia dos Lençóis, de Rei Sebastião e as pontas de Mangunça e de Caçacueira, moradas de Mãe d´Água.
Não se deve pensar que, para o povo maranhense que conhece encantado, só existe encantaria no litoral ou na água salgada. Uma das encantarias maranhenses mais conhecidas é a da mata de Codó, no interior de estado, onde reina Dom Pedro Angasso e Rainha Rosa e onde Légua Boji Boa comanda uma grande linha de caboclo. Fala-se também que onde tem mata tem Curupira e vários encantados que assumiram formas de animais: calangos, lagartixas, jacarés, macacos, borboletas, onça e outros. E, tanto na região litorânea quanto no interior, existem rios, lagos, poços e nascentes conhecidos como moradas de Mães d´Água e de encantados que já apareceram a alguém como cobras, peixes, botos e outros animais.
Os locais de encantaria são descritos pelos médiuns como lugares de muita energia, de muito poder, de uma força inexplicável ou como lugares de muito mistério, de muita “mironga”, de muito segredo. Afirma-se que nos principais passam muitas correntes espirituais. Em vários deles existem encontros de águas (do mar com água doce), de rios e matas, e em muitos deles existem pedreiras. Os lugares mais isolados, intocados, virgens concentram mais força. É por isso que se afirma que o turismo e o afluxo de pessoas para aqueles locais pode ser prejudicial. Fala-se que em Alcântara há uma concentração muito grande de forças vindas da África, pois recebeu grande número de escravos, e de forças de lá mesmo.
Ao contrário do que ocorre com os locais de santos e almas milagrosas, a aproximação de encantarias só é permitida a poucas pessoas, as que recebem encantados de lá e foram autorizados por eles. E quem se aproxima de lugares encantados (na águas ou na matas) para fazer uma oferenda ou buscar algo solicitado pelos guias (como pedra, areia etc. para assentar um terreiro), costuma sair de lá sem olhar para trás, pois fala-se que muitos dos que viram encantados ficaram doentes ou morreram logo depois. Adverte-se também que intromissões, curiosidades e profanações de encantarias são severamente punidas, pois quem não pertence às suas linhas é rejeitado pelos donos do lugar. Quem não tem vidência não sabe que às vezes uma duna esconde um palácio e pode querer pisar ou construir uma casa em cima da encantaria, da casa dos donos do lugar. Quem vai a um lugar de encantaria é porque tem um pedido de proteção, de saúde, tem um descarrego, uma firmeza a fazer ou uma promessa a pagar.
As encantarias são apresentadas por pais-de-santo maranhenses como locais de reabastecimento de forças, que às vezes estão definhando por causa de “demandas” ou que precisam ser armazenadas, para que se possam enfrentar as dificuldades que surgem durante o ano. É por isso que procuram fazer ali lavagens de cabeça ou de contas. Explicam que, se uma área daquelas for cercada ou interditada por alguém, há um grande prejuízo para a população e grande risco de ocorrerem ali muitas mortes, como ocorreu no porto do Itaqui e na base de Alcântara. Depois do porto, como não se podia mais entrar livremente na área, os médiuns tiveram que arranjar outros locais para fazer suas obrigações, como deve estar acontecendo em Alcântara. Em São Luís, terreiros que dependem de força da pedra de Itacolomi fazem sua obrigação em uma gruta existente na Ilha, que fica na direção daquela pedra...
Apesar de nem todos acreditarem e cultuarem santos e encantados, ninguém tem o direito de, em nome do progresso, da modernidade ou de seja lá do que for, impedir um povo ou alguém de acreditar neles e de cultuá-los. A identidade de um povo é assentada em suas tradições e a religião ocupa um lugar especial nessas tradições.

domingo, 29 de maio de 2011

* A MAGIA COM OS ARCANJOS PARA CADA DIA DA SEMANA *

Use alguns minutos de cada dia da semana para praticar rituais sob a proteção dos arcanjos, usando velas,salmos,incensos e a sua fé,sinta a energias desses maravilhosos seres de Luz.



DOMINGO-ARCANJO MIGUEL
INVOCAÇÃO-Ele é invocado quando necessitamos,de proteção,para eliminação de energias negativas e maléficas ,para problemas de ordem material.
COR DA VELA- Amarela ou dourada
SALMO -118
INCENSO - Canela, louro e alecrim.







SEGUNDA-FEIRA - ARCANJO GABRIEL
INVOCAÇÃO - Para apaziguar relacionamentos, harmonizar o lar,
acelerar a chegada de boas notícias,de pessoas desaparecidas.
COR DA VELA - Branca ou prata
SALMO - 36
INCENSO - mirra, jasmim e rosa branca.







TERÇA-FEIRA - ARCANJO CAMAEL
INVOCAÇÃO - Proteção contra os perigos, êxitos nos negócios, solucionar rapidamente algum problema.
COR DA VELA - Vermelha
SALMO - 11 INCENSO - Cravo, pinho e absinto







QUARTA-FEIRA - ARCANJO RAFAEL
INVOCAÇÃO-Para cura de doenças, criatividade,para obter sucesso em concursos e entrevistas.
COR DA VELA - Verde
SALMO - 54
INCENSO - lavanda







QUINTA-FEIRA - ARCANJO SAQUIEL
INVOCAÇÃO - Quando queremos prestígio nos negócios, sucesso, boas oportunidades.
COR DA VELA - Azul
SALMO - 120
INCENSO - Cravo e cedro







SEXTA-FEIRA - ARCANJO ANAEL
INVOCAÇÃO - Reconciliação conjugal,harmonia familiar,para ter boas amizades.
COR DA VELA - Rosa
SALMO -142
INCENSO - Almíscar, rosa e verbena







SÁBADO - ARCANJO CASSIEL
INVOCAÇÃO - Para eliminar, obstáculos, fortalecer a espiritualidade, amenizar o "KARMA",
aumentar a clientela.
CÔR DA VELA - Violeta
SALMO - 30

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O poder da ansestralidade

As histórias que ouvimos a respeito dos Pretos Velhos, são bastante variadas e pitorescas.

Dizem que em vida, foram grandes sacerdotes do culto dos Orixás; que viveram muitos anos devido a seus conhecimentos mágicos, alcançaram a sabedoria e usam estes conhecimentos misturados a um pouco de bruxaria, para os trabalhos de cura e descarrego.

Porém, algumas histórias nos dizem que eles foram homens comuns, que alcançaram a redenção espiritual através dos suplícios do cativeiro. A sua tolerância ao martírio, sem manifestar revolta ou ódio pelos seus algozes e o profundo amor indiscriminado pela humanidade, os ascendeu a um patamar de mestres espirituais.

Outros nos contam que, em vida terrena, os Pretos Velhos eram homens predestinados, encarnados para assegurar um lenitivo ao sofrimento dos escravos, e que, por sua bondade e sabedoria, cativaram a amizade até dos senhores brancos, a quem também acudia com conselhos e curas. Daí a sua relativa liberdade para atender, com suas curas, ao povo pobre e sua misteriosa longevidade que lhe proporcionava a fama de sábio e feiticeiro por viver muito mais que a maioria dos escravos comuns.

A idade avançada de um escravo, já era por si própria, digna de notoriedade, por fugir, muito, da realidade do cativeiro. Por isso, aquele elemento devia ter alguma coisa diferente.

Preto Velho também gosta de beber, em seu coité, uma mistura de folhas de saião, trituradas com mel e cachaça.

Um dos pratos típicos servido nas festas ou como oferenda ao Preto Velho, e o mais brasileiro de todos, é feijoada. Comida nascida no Brasil é o resultado de circunstâncias e do gênio da raça negra.

O feijão preto era o mais básico e barato alimento na senzala. Plantado, colhido e preparado pelos escravos, na própria fazenda em que trabalhavam, era, às vezes, enriquecido pelas sobras de carne da cozinha da casa grande (geralmente porco). As partes que o senhor branco não comia, como os pés, a orelha, a garganta, o rabo, o focinho, etc., iam direto para o tacho coletivo e assim nascia a feijoada.

A falange dos Pretos Velhos guarda sinais particulares e individuais da origem dos elementos que a compõem. Antigos escravos, estes ainda conservam certas designações que denunciam de qual nação ou tribo africana eram oriundos. Assim encontramos Pai Tião D’Angola, Vovó Maria Conga, Vovô Cambinda, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Zeca da Candonga, todos com uma característica comum: a bondade e a doçura com que tratam os fiéis que os consultam, procurando um alívio para suas aflições.
Grandes conhecedores de magia, dos feitiços de Exú e das propriedades curativas das ervas, os Pretos Velhos usam também a fumaça de seus cachimbos, como os pagés e caboclos, para dissolver as cargas e energias negativas que envolvem as pessoas.
Trabalham com passes magnetizantes e indicam banhos de ervas para seus consulentes.
Porém uma de suas características mais marcantes é sua força psicológica. Sustentada pelo conhecimento espiritual, esta entidade surpreende e encanta.

Ensinando, com seu exemplo, a resignação aos golpes kármicos do destino.
Conhecido como o psicólogo dos pobres, o Preto Velho, embasado em sua rica experiência de vida e transpirando a sabedoria da idade, sabe, como ninguém, ouvir e entender os problemas de seus fiéis.

O grande segredo desta virtude está no perdão aos sofrimentos recebidos. Perdão este, sem discurso demagógico, que vem de um sentimento puro de desapego e humildade. Humildade. Talvez seja esta a palavra chave do carisma do Preto Velho.

A linha dos Pretos Velhos está dentro da “falange das almas”. Seres desencarnados que alcançaram uma luz espiritual e retornam, através dos médiuns, ao plano terreno, numa missão de caridade, como que resgatando uma dívida espiritual, ajudando os necessitados, tanto na parte física, com passes magnéticos, defumações e indicando ervas curativas, como na psicológica, com conselhos e amparo afetivo, praticando a bondade incondicional que lhes é inerente.

Estas entidades, dizem alguns, compõem uma linha ligada ao Orixá Omolú, voltada para a cura e lenitivo nas aflições dos pobres.

As contas pretas e brancas que formam a sua guia, denunciam uma similaridade de natureza com este Orixá – Omulú/Obaluaiê – ligado à terra e às doenças, dela provenientes, além do semelhante histórico de sofrimentos vividos.

Estes guias, normalmente, incorporam em seus médiuns, atendendo ao chamamento dos pontos cantados em sua homenagem, nos terreiros, mas podem também “baixar” pelo magnetismo de uma oração ou de uma concentração mental dos fiéis.

Dependendo da pureza ou da mestiçagem dos rituais de um centro espírita, podem ser usados atabaques, com seu toque característico da Umbanda, ou apenas cantos marcados pelo bater de palmas, como verificamos nos terreiros mais tradicionais que ainda conservam a liturgia simples e despojada dos primeiros terreiros de Umbanda.

A sua maneira característica de incorporação, com o dorso curvado, de andar lento e inseguro, procurando apoio numa bengala, indicam, instantaneamente, a natureza da entidade. Porém dizem alguns estudiosos que este comportamento é apenas uma faceta cultural, pois estas entidades, já não tendo o corpo material próprio, não poderiam se movimentar aparentando limitações físicas, que na maioria das vezes nem sequer são oriundas dos médiuns.

O seu discurso nas preleções e conselhos transpiram uma mensagem cristã de perdão e compaixão, evidenciando a influência dessa religião com as citações sobre Jesus e os santos católicos.

Uma perfeita mistura da moral cristã, com os costumes africanos e o conhecimento da medicina natural, com práticas de pajelança.